Sobre a história das organizações bolcheviques na Transcaucásia

Lavrentiy Beria


I. Sobre a história da origem e formação das Organizações Bolcheviques na Transcaucásia (1897-1904)


Capa de uma edição de 1948

As primeiras sementes do marxismo foram introduzidas na Transcaucásia na primeira metade da década de 1890 por social-democratas russos exilados pelo governo czarista das regiões centrais da Rússia (Josef Kogan, Ivan Luzin, G. Franceschi e outros), e, simultaneamente, pelos “marxistas legais” da Geórgia que haviam estado no exterior (Noe Zhordania, Nikolay Chkheidze e outros).

A primeira organização marxista social-democrata na Geórgia foi a Messameh Dassy. O grupo de Noe Zhordania (1893-98) era o principal núcleo da Messameh Dassy, que propagava o marxismo através da imprensa legal georgiana (os jornais Kvali(1) e Moambeh(2)) em Tiflis, então o centro de toda a Transcaucásia.

O nome Messameh Dassy (que significa “terceiro grupo”) foi dado pelo escritor Giorgi Tsereteli(FT-01) em seu discurso no funeral do escritor Ignatius Ninoshvili(FT-02) em Guria, ocasião em que o programa da juventude marxista foi publicamente anunciado (por Silibistro Jibladze e outros).

Ao denominar este movimento social-democrata emergente de Messameh Dassy, Giorgi Tsereteli considerou que a nova geração — a juventude marxista — era vista como a continuadora do trabalho das duas correntes políticas precedentes da intelectualidade georgiana na segunda metade do século 19: a tendência progressista feudal, dirigida pelo escritor I. Chavchavadze,(FT-03) e a tendência progressista burguesa, encabeçada pelo próprio Giorgi Tsereteli. Em sua avaliação, o novo movimento deveria ser o sucessor político da corrente liberal burguesa.

Em um editorial sobre o Messameh Dassy, o Kvali afirmou:

“Desde os anos 1890, um vento progressista voltou a soprar. A partir de 1893, indivíduos da juventude, com uma tendência singular e um programa próprio, surgiram nas letras georgianas através das páginas do jornal Kvali. Eles são adeptos da teoria do materialismo econômico. I. Ninoshvili deve ser considerado o dirigente desse ‘Dassy’ [grupo] na literatura, e Noe Zhordania, no jornalismo. A honra de perceber esse novo fenômeno progressista em nossa vida antes de todos cabe a um dos representantes dos ‘Meoredassistas’, o Sr. Giorgi Tsereteli, e foi ele quem batizou o novo grupo como Messameh Dassy. Que esse grupo se tornará o verdadeiro sucessor dos ‘Meoredassistas’ [...] é claramente demonstrado pelos fatos literários e jornalísticos do passado.”(3)

O Messameh Dassy surgiu inicialmente em 1893. Um de seus fundadores, Silibistro Jibladze, formulou suas principais ideias da seguinte maneira:

“Afirmamos que:

1) Nestes últimos 25-30 anos, uma nova era começou em nossas vidas. Sua característica principal se manifesta em relações econômicas específicas, ou seja, no intercâmbio de mercadorias, no comércio. Aqui, o antigo senhor cede lugar ao novo: o dinheiro. O dinheiro destrói o velho e constrói o novo; divide o povo em duas partes; surgem duas classes — os ricos e os pobres. A antiga distinção entre estamentos é uma ficção. O intercâmbio é resultado da divisão do trabalho e da produção de mercadorias. A produção de mercadorias é, em essência, o capitalismo em sua forma geral.

2) O capitalismo possui diversas etapas ou fases. A última fase do capitalismo é a ‘grande produção’. Entramos nessa fase, mas ainda não estamos consolidados nela.

3) Se o proletariado e a burguesia em nosso país não estão suficientemente definidos, isso não significa que não existam. Na medida em que nossos grandes latifundiários enriquecem por meio de rendas da terra, eles são burgueses. Acrescente-se a eles o industrial, o usurário, o comerciante e outros [...] Nosso proletariado é um organismo híbrido. A maioria possui pequenos lotes de terra, o que lhes confere apenas o título de proprietários, mas, na realidade, são elementos proletarizados (Bogano). São trabalhadores cujo destino depende tanto do mercado de commodities quanto do mercado de trabalho. Estão a caminho de uma proletarização completa.

4) Em nossa literatura, surgiu um novo (terceiro) grupo (dassy). Esse grupo é o oposto exato do antigo, que não tem base material. Ele é progressista, enquanto o último é retrógrado. Até agora, a burguesia não possui sua própria organização em nossa literatura, não tem um grupo (dassy) que expresse seus interesses, a menos que se considerem os artigos do Sr. Niko Nikoladze no Moambeh. A burguesia atua na vida prática. Na medida em que destrói o velho sistema patriarcal, é progressista; na medida em que arruína o povo, é retrógrada. O lema do novo grupo (dassy) é: ‘Investigação científica da nova tendência da vida e luta, não contra suas tendências — isso ocorre sem nós — mas contra as consequências que desmoralizam o povo’. Nesse sentido, a luta significa esclarecer os oprimidos e defender seus interesses. O inimigo dessa nova tendência é, ao mesmo tempo, o inimigo dos oprimidos.

Essa é nossa visão sobre nossa vida em geral e sobre a literatura em particular.”

Dessa forma, o Messameh Dassy reconhecia o caráter progressista do capitalismo e adotava a ideia da diferenciação de classes e da luta de classes como o cerne da vida social e política.

No entanto, a maioria do Messameh Dassy nunca levou a ideia da luta de classes até uma compreensão marxista plena, particularmente no que diz respeito à luta do proletariado.

O ideólogo e autor de todos os trabalhos programáticos do Messameh Dassy era Noe Zhordania.

Em seus escritos, Zhordania defendia que o desenvolvimento capitalista era necessário e progressista, pregava uma aliança entre o proletariado e a burguesia liberal e advogava por um “renascimento nacional” da Geórgia.

Noe Zhordania jamais alcançou uma compreensão marxista autêntica da luta de classes do proletariado. Desde o início, ele sustentou e propagou a tese burguesa-nacionalista de que a vida econômica capitalista e a cultura nacional uniam todas as classes da sociedade em um único organismo nacional, e que todas as classes de uma nação teriam igual interesse no renascimento da pátria. Ele afirmava:

“A nação georgiana ingressou nesse caminho histórico — o caminho capitalista de desenvolvimento. — Até agora, deu apenas o primeiro passo nessa direção, estabelecendo-se em um novo terreno. Isso proporcionou à nação georgiana uma base sólida. A nação foi colocada sob um jugo comum, acostumando-se à vida e à atividade conjuntas. O terreno foi preparado para uma consciência coletiva.”

O Messameh Dassy não possuía uma linha política homogênea. Sua maioria, dirigida por Zhordania, constituía o grupo do “marxismo legal”. Em seus escritos sobre questões fundamentais do movimento revolucionário do proletariado, esse grupo distorcia os ensinamentos do marxismo revolucionário, vulgarizando-o e revestindo-o de cores nacionalistas.

Noe Zhordania e a maioria do Messameh Dassy rejeitavam a ideia da hegemonia do proletariado no movimento revolucionário e negavam a necessidade da revolução proletária e da ditadura do proletariado.

Desde o início, o grupo de Zhordania adotou uma posição nacionalista sobre a questão nacional. Ele defendia a teoria de que a burguesia e o proletariado tinham interesses comuns e deveriam atuar conjuntamente em prol da nação. Escreveu:

“Uma nação unida materialmente também está unida ideologicamente. Todos se esforçam para desenvolver o trabalho nacional, para fortalecer a nação [...] O camponês e o operário têm tanto interesse na grandeza da nação quanto o comerciante burguês.”

E ainda:

“É raro encontrar um georgiano que não deseje o progresso e o desenvolvimento de nossa vida [...] Aqui, nessa questão, todos os trabalhadores sinceros e honestos estão unidos, inspirados por um mesmo objetivo, dedicando-se corajosamente à causa nacional.”

A maioria do Messameh Dassy, dirigida por Zhordania, ao defender que o desenvolvimento capitalista da Geórgia era necessário e inevitável, e ao criticar severamente as tendências da intelectualidade georgiana influenciadas pela nobreza feudal e pela ideologia narodnik (populista), via predominantemente apenas o lado positivo e progressista do capitalismo. Eles admiravam o processo capitalista, acreditavam que renasceria a nação georgiana, e não colocavam em questão a luta revolucionária contra o capitalismo ou a derrubada do sistema burguês. Zhordania escreveu:

“A europeização avança em solo georgiano, com base na cultura georgiana. A pátria e o estrangeiro, a Geórgia e a Europa. Ser georgiano e europeu é o novo lema. A tarefa histórica de nosso tempo é compreender esse fenômeno e conscientizar o povo sobre ele.”

A maioria do Messameh Dassy e Noe Zhordania não ultrapassaram uma compreensão oportunista da luta de classes do proletariado, considerando-se representantes de todo o povo georgiano. Eles afirmavam:

“O grupo democrático (dassy) deve encontrar um novo terreno para si e assim se tornar o continuador do antigo grupo progressista. ‘Ibéria’ encontrou esse terreno entre os príncipes e nobres. Nós o buscamos entre a maioria da nação, independentemente da condição social.”

Partindo da perspectiva da nação como um todo, Noe Zhordania relegou a luta de classes a um plano secundário no movimento nacional, subordinando os interesses do proletariado aos do movimento nacional burguês. Ele defendia:

“Essa tendência assume duas formas: a interna, ou seja, de classe, e a externa, ou seja, nacional — a luta entre classes e entre nações. A primeira (a luta entre classes) por mais acirrada que seja, tem um limite onde os que lutam permanecem unidos, sob o mesmo jugo cultural e histórico. Isso cria o que se chama de nação, uma força nacional. Aqui há uma fronteira comum; além dela está outra nação, dentro dela há classes, mas ao redor há uma força nacional, uma cultura nacional, uma estrutura nacional.”

Já em 1898-1899, Noe Zhordania posicionou-se abertamente como apologista do imperialismo europeu ocidental, defendendo a ideia de que o capitalismo tinha uma “missão civilizatória” nos países coloniais e atrasados. Ele sustentava que os povos coloniais deveriam reconhecer o domínio do capital estrangeiro como historicamente necessário e progressista, devendo valorizar os “serviços” prestados pelo capitalismo.

Zhordania chegou a pregar abertamente uma tese social-imperialista em relação à Guerra dos Bôeres, declarando:

“A simpatia pelos bôeres não exige de forma algum ódio pelos ingleses. Nós simpatizamos com os bôeres porque são uma pequena nação que defende sua pátria e liberdade. Quanto à Inglaterra? Devemos amá-la e simpatizar com ela em muitos aspectos. A Inglaterra é o berço de tudo que a humanidade civilizada hoje orgulha-se.

Que os bôeres defendam sua pequena nação [...], mas que a Grã-Bretanha permaneça a grande Grã-Bretanha, apóstola de uma nova vida, portadora de um novo estandarte. Que ela continue sendo a dirigente e abandeirada da civilização.”(4)

Entre 1893 e 1897, os membros do Messameh Dassy incluíam:

Em 1897, Lado Ketskhoveli ingressou no grupo, e em 1898 foi a vez do camarada Josef Stálin, trazendo um novo elemento revolucionário à organização.

O Messameh Dassy, especialmente sua maioria dirigida por Zhordania, cumpriu um papel relativamente positivo no período de 1893-1898. Foi este grupo que iniciou a difusão das ideias marxistas na Geórgia e Transcaucásia, e apesar de todas suas limitações, estimulou a juventude revolucionária e os operários de vanguarda a estudarem o marxismo.

O grupo tinha como prática enviar jovens marxistas para o exterior e para as regiões centrais da Rússia para estudos. Entre os enviados pelo Messameh Dassy estiveram Noe Zhordania, Nikolay Chkheidze, Alexander Tsulukidze e Akaky Chkhenkeli.

No entanto, a maioria do Messameh Dassy, dirigida por Noe Zhordania, limitou-se à propagação pacífica e legal das ideias marxistas e a um trabalho propagandista restrito a círculos operários. A maioria do grupo não reconhecia a necessidade de uma imprensa revolucionária clandestino, de agitação política de massas ou da organização da luta política revolucionária da classe trabalhadora contra o czarismo e a burguesia.

Em 1898, surgiu e se consolidou dentro do Messameh Dassy um grupo marxista revolucionário formado por Alexander Tsulukidze, Lado Ketskhoveli e Josef Stálin. Este grupo constituía uma minoria no Messameh Dassy e divergia da maioria em várias questões fundamentais.

O primeiro desacordo significativo ocorreu em 1898, sobre a questão da imprensa clandestino. A minoria do Messameh Dassy defendia que a imprensa clandestina era essencial para a propagação do marxismo revolucionário; a agitação política contra a autocracia e o capitalismo; a organização da luta política da classe operária; a construção de um verdadeiro partido revolucionário proletário.

Por isso, propuseram a criação de um jornal clandestino. Em contraste, a maioria do grupo, dirigida por Noe Zhordania, rejeitava essa necessidade.

O segundo conflito importante surgiu em 1900, com a chegada de Victor Kurnatovsky,(5) um social-democrata russo e seguidor da Iskra (A Centelha). O debate central girava em torno de se a atividade deveria se restringir aos círculos de estudo ou se já era o momento de iniciar a agitação de massas e a luta aberta contra a autocracia. O camarada Kurnatovsky teve papel fundamental em ajudar os social-democratas georgianos a aplicar a linha política da Iskra de Lênin.

Operários de Tiflis que conheceram Kurnatovsky em seu trabalho e compartilharam com ele a prisão em 1902 relataram:

“Deve-se dizer que todos os camaradas recorriam a Kurnatovsky com suas divergências e disputas. Suas opiniões e conclusões eram sempre aceitas sem objeções. Kurnatovsky era um revolucionário firme e inflexível.”(6)

A minoria revolucionária defendia que o grupo deveria passar da atuação em círculos operários para a direção da luta de massas da classe trabalhadora; evoluir da propaganda para formas abertas de luta política contra a autocracia; transformar greves econômicas em greves políticas; organizar e realizar manifestações operárias; utilizar mais intensamente as ruas como palco da luta política pela derrubada do czarismo.

Enquanto isso, a maioria do Messameh Dassy, dirigida por Noe Zhordania, insistia que não havia necessidade de transição para a agitação de massas nem para a luta aberta contra o regime.

No período 1899-1900, através de uma luta determinada contra a maioria do Messameh Dassy, a minoria revolucionária (os camaradas Stálin, Ketskhoveli e Tsulukidze) ampliou sua influência nos círculos social-democratas operários e conseguiu que a organização social-democrata de Tiflis superasse o trabalho propagandístico restrito aos círculos, avançando para a agitação de massas e a luta política contra a autocracia.

Este grupo (a minoria do Messameh Dassy) representava o embrião da Social-Democracia revolucionária na Transcaucásia. Como veremos adiante, analisaremos com mais detalhes o importante trabalho revolucionário desenvolvido por esses camaradas.

As divergências que surgiram entre maioria e minoria no Messameh Dassy em 1898-1900 transformaram-se, após o 2º Congresso do Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR) (especialmente no final de 1904 e início de 1905), nas diferenças fundamentais entre bolchevismo e menchevismo.

A maioria do Messameh Dassy, dirigida por Noe Zhordania, adotou a posição menchevique, especialmente após Plekhanov ter se aliado aos mencheviques. Já a minoria, o grupo dentro do Messameh Dassy que apoiava a Iskra de Lênin, manteve a posição bolchevique e, no final de 1904, sob a direção do camarada Stálin, consolidou-se como uma organização leninista-bolchevique.

No final de 1904 e início de 1905, a organização bolchevique de Tiflis contava entre seus membros: Josef Stálin, A. Tsulukidze, Mikhail Tskhakaya, A. Japaridze, Stepan Shaumyan, M. Davitashvili, S. Intskirveli, S. Spandarian, Filipp Makharadze; bem como operários destacados como M. Bochoridze, V. Sturua, G. Telia, Z. Chodrishvili, Y. Kochetkov e G. Aznaurashvili.

Dessa forma, através de uma luta resoluta e intransigente contra o “marxismo legal” georgiano e contra a maioria do Messameh Dassy dirigida por Zhordania, surgiu, consolidou-se e cresceu na Transcaucásia, sob a direção do camarada Stálin, uma organização social-democrata revolucionária bolchevique que apoiava a Iskra de Lênin. (Aplausos)

Entretanto, em várias de suas obras, o camarada Filipp Makharadze apresenta uma exposição incorreta da história do Messameh Dassy e uma avaliação falsa de seu papel e significado. Makharadze retrata o Messameh Dassy como uma organização homogênea, consistentemente revolucionária e marxista, omitindo as profundas divergências e conflitos internos do grupo. Makharadze afirma sobre o Messameh Dassy:

“Era uma tendência absolutamente nova, uma nova ideologia que se opunha à ideologia de todas as classes dominantes e que declarava uma luta impiedosa, uma luta de vida ou morte, contra todas as classes opressoras.

Nas organizações social-democratas transcaucásias daquela época — Makharadze refere-se ao período de 1893-1904 — tendências oportunistas e revisionistas eram raras em geral; poderíamos até dizer que praticamente não existiam.

Aqui praticamente não havia necessidade de a tendência marxista travar uma luta contra outras correntes no seio da classe trabalhadora, como ocorreu em outros países.”

Em primeiro lugar, o camarada Makharadze afirma que o Messameh Dassy como um todo era uma organização genuinamente revolucionária e marxista, idealizando assim seu papel e significado. Em segundo lugar, ele omite deliberadamente a luta travada pelo grupo partidário da Iskra de Lênin contra a maioria do Messameh Dassy. Isso ocorre apesar de, já em 1904, até mesmo a Iskra menchevique (a Nova Iskra) ter sido obrigado a admitir que a maioria do Messameh Dassy e seu órgão teórico, o Kvali, possuíam caráter “marxista legal” e oportunista.

Conforme destacou a Iskra menchevique sobre o Kvali dos anos 1890:

“No entanto, uma inclinação para esquemas teóricos, um certo abstracionismo, a prevalência de ideias gerais sobre o ‘fator econômico’ — se quisermos, uma certa falta de vitalidade — já caracterizavam o Kvali naquela época. Nesse aspecto, o Kvali seguia, até certo ponto, os passos dos ‘marxistas legais’ russos do início dos anos 1890, cuja teoria este jornal refletia.”(7)

No período entre 1898-1900, formou-se em Tiflis um grupo central dirigente da organização social-democrata, composto por Silibistro Jibladze, Alexander Tsulukidze, Lado Ketskhoveli (assassinado pelos capangas czaristas no Castelo Metekhi em 1903), J. V. Stálin, S. Jugeli, e operários destacados como M. Bochoridze, Z. Chodrishvili e V. Sturua.

Como já mencionamos, os camaradas Stálin, Tsulukidze, Ketskhoveli e outros receberam importante apoio na propagação do marxismo revolucionário e na formação da organização social-democrata por parte de revolucionários exilados da Rússia em Tiflis, entre os quais se destacavam: Victor Kurnatovsky, Ivan Luzin, G. Franceschi, O. Kogan, Rodzevich, Mikhail Kalinin, S. Alliluyev, I. Levashkevich, M. Kazarenko e Anna Krassnova.

Durante 1898-1900, este grupo central social-democrata de Tiflis realizou um trabalho revolucionário colossal de propaganda e organização para a formação de um partido social-democrata clandestino. Todos os membros do grupo dirigente do Partido desenvolviam intenso trabalho de propaganda revolucionária, sendo responsáveis por círculos de estudos e células operárias. O camarada Stálin destacou-se por assistir e conduzir pessoalmente mais de oito círculos e células de operários social-democratas.

Em 1896 e 1897, o camarada Stálin assistiu duas células revolucionárias e marxistas de estudantes no Seminário de Tiflis. O primeiro, chamado de célula “Sênior”, contava com a participação dos seguintes seminaristas: Misha Davitashvili (Davidov), Archil (Rostom) Dolidze, Gutsa Parkudze, Grigori Giuridze, Simon Natroshvili, Guigo Razmadze, Lado Akhmetelov e Josef Iremashvili. O segundo, conhecido como célula “Júnior”, incluía Georgi Yelisabedashvili, Alexander Svanidze, Dmitri Gurgenidze, Datiko Suliashvili, Vasso Berdzenishvili, Vanno Ketskhoveli, D. Oniashvili e outros.

No início de 1898, o camarada Stálin estabeleceu estreitos laços com M. Bochoridze, Z. Chodrishvili, V. Sturua, Silibistro Jibladze, G. Ninua e outros operários destacados, que eram organizadores de círculos operários. Em janeiro daquele mesmo ano, ele passou a assistir e conduzir células de operários social-democratas. O camarada Stálin relatou:

“Lembro-me de 1898, quando recebi meu primeiro círculo de trabalhadores ferroviários. Isso foi há 28 anos. Recordo-me das lições de trabalho prático que recebi na casa do camarada Sturua, na presença de Silibistro Jibladze (que também foi um de meus mentores na época), Zakro Chodrishvili, Mikho Bochorishvili, Ninua e outros operários de vanguarda em Tiflis.” (Zarya Vostoka [Aurora do Oriente], 10 de junho de 1926.)

Uma dessas células de operários contava com a participação de Nikolai Macharadze, Leonti Mamaladze, Georgi Riveladze, G. Telia e outros. Outra célula, formado por jovens operários, incluía Yegor Topikashvili, Georgi Lehashvili e F. Jatiov, entre outros. Uma terceira célula reunia D. Guldedava, Pyotr Khurtsilava, K. Shengelia, N. Tomaradze, R. Sturua, Sandro Merabishvili e outros. Um quarto círculo, composto por russos, tinha como participantes Alexei Zakomoldin, V. Razhanov, Leonti Zolotaryov, Pyotr Montin e outros. Já a quinta célula, também russo, incluía Dombrovsky, Y. Kochetkov, P. Skorobogatko e outros.

Paralelamente, em 1898, o camarada Stálin dirigiu células social-democratas nas fábricas de tabaco Bozariyants e Enfianjiants, na olaria Karapetyants, na fábrica de calçados Adelkhanov, na tecelagem Mirzoyev, na fábrica de óleos vegetais Tolle, e entre os trabalhadores de pequenas oficinas, gráficas e outros estabelecimentos.

Na célula da fábrica Bozariyants, estavam presentes Artem Litanov, Ivan Manjavidze, Sandro Bajashvili, Grikur Mikirtunov, Shakro Mailov e Georgi Aznaurov — este último, organizador de todos os círculos operários no lado leste de Tiflis.

Já na célula da fábrica de tabaco Enfianjiants, participavam Arshak Megrabyants, Vasso Mamatsashvili, Gabbo Garibov, Pogos Pilosyan e Kiknadze. Na fábrica Adelkhanov, destacavam-se Yegor Nozadze (Yegor Rizhi), Josef Usinashvili, Semyon Zoidze, David Chutlashvili e Shakro Revazov.

Entre os tipógrafos, a célula dirigida pelo camarada Stálin incluía Jamlet Salukvadze, A. Vadachkoria, V. Tsuladze, G. Chelidze e Y. Chantladze.

Além de propagar as ideias da social-democracia revolucionária, o grupo central do Partido em Tiflis dirigiu as greves e a luta política do proletariado local. Em 1898, ocorreu a primeira grande greve nos depósitos ferroviários de Tiflis, seguida por uma série de outras entre 1898 e 1900 em locais como a fábrica Bozariyants, a rede de bondes, a fábrica de couros Adelkhanov, gráficas e outros estabelecimentos, além de celebrações do Primeiro de Maio e manifestações dos trabalhadores.

Principalmente por meio dos esforços do camarada Stálin, Ketskhoveli e dos operários dirigentes, organizou-se a impressão clandestina de panfletos e proclamações, distribuídos entre os trabalhadores de Tiflis e outras regiões da Transcaucásia. Em 1900, sob a direção do camarada Stálin, entre quatrocentos e quinhentos operários celebraram o Primeiro de Maio (23 de abril, pelo calendário juliano) no distrito do Lago de Sal, fora da cidade, carregando retratos de Marx e Engels com palavras de ordem revolucionárias. Na ocasião, o camarada Stálin proferiu um discurso inflamado, exortando os trabalhadores a lutar contra o czar e os capitalistas.

Entre maio e julho de 1900, uma onda de greves varreu as fábricas de Tiflis. Em agosto do mesmo ano, ocorreu uma grande greve nas oficinas e depósitos ferroviários, dirigida pelo camarada Stálin, com a participação ativa de Mikhail Kalinin. Cerca de quatro mil trabalhadores cruzaram os braços. Em 1901, os operários de Tiflis realizaram sua primeira manifestação pública do Primeiro de Maio, desfilando pelas ruas. Sob a orientação dos camaradas Stálin e Victor Karnatovsky, o grupo social-democrata local conduziu um intenso trabalho de agitação e organização para preparar o ato.

Na véspera de 22 de março de 1901, Victor Karnatovsky(8) foi preso. Naquela mesma noite, a polícia realizou uma busca no observatório de Tíflis, onde o camarada Stálin trabalhava. A ação ocorreu em sua ausência. No dia seguinte, a Gendarmaria emitiu uma decisão para:

“Processar o referido Josef Dzhugashvili e interrogar os acusados com base nas evidências de minha investigação sobre o grau de desconfiança política dos membros do círculo social-democrata de intelectuais na cidade de Tiflis, conforme o Ato de Segurança do Estado.”(9)

Após a busca, o camarada Stálin passou à clandestinidade. Ele realizou um trabalho imenso na preparação da manifestação do Primeiro de Maio do proletariado de Tiflis. Por sua iniciativa, o grupo dirigente do Partido emitiu uma série de panfletos. Um deles afirmava:

“Os trabalhadores de toda a Rússia decidiram celebrar o Primeiro de Maio abertamente nas principais ruas da cidade. Eles declararam com orgulho às autoridades que chicotes e sabres cossacos, torturas da polícia e da gendarmaria não os amedrontam.

Então, companheiros, unamo-nos aos nossos camaradas russos! Vamos unir as mãos, georgianos, russos, armênios; vamos nos reunir, erguer a bandeira vermelha e celebrar nosso único feriado — o Primeiro de Maio!”

Em 22 de abril de 1901, cerca de dois mil operários de Tiflis manifestaram-se no Soldatsky Bazar, próximo ao antigo Jardim Alexander, no centro da cidade. Os manifestantes foram atacados pela polícia e por cossacos. Durante o confronto, catorze trabalhadores ficaram feridos e mais de cinquenta foram presos.

O camarada Stálin participou pessoalmente dessa manifestação e a dirigiu pessoalmente.

A manifestação operária nas ruas de Tiflis — fortaleza caucasiana do autocratismo russo — foi um evento político de grande importância e que teve um enorme impacto revolucionário em todo o Cáucaso.

Sobre esse acontecimento, a Iskra de Lênin escreveu em 1901:

“O evento ocorrido no domingo, 22 de abril, em Tiflis tem importância histórica para todo o Cáucaso: este dia marca o início do movimento revolucionário aberto na região.”(10)

O trabalho político e organizacional do grupo central do Partido em Tiflis culminou com a criação, em 1901, do Comitê de Tiflis do Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), alinhado à linha da Iskra de Lênin.

Por iniciativa do camarada Stálin, realizou-se em 11 de novembro de 1901 a 1ª Conferência das Organizações Social-Democratas em Tiflis. Os vinte e cinco delegados presentes representavam praticamente todos os círculos social-democratas da cidade.

A conferência elegeu o primeiro Comitê de Tiflis do POSDR, composto por nove membros efetivos e vários suplentes. Entre os integrantes do comitê estavam os camaradas Stálin, Vasso Tsabadze, Silibistro Jibladze, Zachariah Chodrishvili, Calistrat Gogua e Severian Jugeli. (Naquela época, Lado Ketskhoveli atuava no trabalho partidário em Baku, e A. Tsulukidze estava em tratamento médico em Batum).

No período de 1900—1901, Batum não sofria influência direta da organização social-democrata de Tiflis.

Batum era um importante centro industrial em 1900. A Ferrovia Transcaucasiana, ligando Batum a Baku, havia sido concluída em 1883. Até 1898, a cidade já contava com mais de dez grandes empresas industriais: as fábricas de tanques de petróleo de Rothschild, Muntashev, Nobel e outros, duas fábricas de tabaco, uma fundição de ferro, uma fábrica de pregos, uma engarrafadora de água mineral e várias estações de carregamento de petróleo. Em 1900, foi instalado um oleoduto de querosene entre Baku e Batum. No total, havia cerca de 11 mil operários em Batum, submetidos a condições extremamente difíceis. A exploração econômica do proletariado em Batum era agravada pela política opressiva de caráter nacional-colonial. A jornada de trabalho nas fábricas chegava a 14 horas e, com horas extras obrigatórias, alcançava 16 ou 17 horas diárias. Os salários dos operários variavam entre 60 copeques e 1 rublo por dia.

Essas condições desencadearam protestos entre os trabalhadores de Batum, mas esses atos eram espontâneos, esporádicos e desorganizados.

Em 1896, os social-democratas russos Luzin e Francešchi haviam organizado um pequeno círculo social-democrata em Batum, que foi desmantelado pela polícia czarista no início de 1898. Entre 1899 e 1900, Nikolay Chkheidze e Isidore Ramishvili estiveram em Batum. Ambos alinhados à maioria da Messameh Dassy, defendiam o marxismo legal e negavam a necessidade de uma organização partidária clandestina e da luta política revolucionária pela classe operária. Limitavam-se a um trabalho legal de cunho cultural e educacional, restrito a um pequeno grupo de operários, principalmente por meio de palestras em escolas voltadas para a formação geral. Em outras palavras, seguiam a linha da maioria da Messameh Dassy.

Como Batum era um dos maiores centros industriais e operários da Transcaucásia, o Comitê de Tiflis buscava estabelecer ali uma organização social-democrata. Para isso, enviou um de seus membros à cidade. Ao chegar, ele solicitou a cooperação de Nikolay Chkheidze e Isidore Ramishvili, mas estes se recusaram, alegando ser impossível realizar trabalho revolucionário clandestino sob as condições vigentes em Batum. Eis os fatos conforme registrados:

“Antes da chegada do camarada Stálin a Batum, não existia qualquer organização social-democrata entre os trabalhadores. Antes dele, o Comitê de Tiflis havia enviado um de seus membros para iniciar um círculo social-democrata na cidade. Ele entrou em contato com Nikolay Chkheidze, que estava em Batum na época, e pediu sua cooperação. Porém, Chkheidze declarou que em Batum tudo estava sob vigilância, que não fazia sentido formar uma organização revolucionária e aconselhou-o a retornar.”

Diante desse cenário, o camarada Stálin, seguindo as instruções do Comitê de Tiflis, partiu para Batum no final de novembro de 1901. Logo após sua chegada, ele estabeleceu contato com os operários mais conscientes e, no final de dezembro de 1901, conseguiu organizar círculos social-democratas em várias grandes fábricas de Batum.

A organização social-democrata de Batum foi formalmente constituída em 31 de dezembro de 1901, em uma conferência com representantes dos círculos das principais empresas. (Por questões de segurança, a reunião foi disfarçada como uma festa de Ano Novo no apartamento do operário S. Lomjaria.)

Nesta conferência, o camarada Stálin proferiu quatro ou cinco brilhantes discursos sobre as tarefas da social-democracia revolucionária.

A conferência elegeu um grupo dirigente do Partido, encabeçado pelo camarada Stálin. Este grupo, que seguia a linha da Iskra de Lênin, funcionava como o Comitê de Batum do POSDR. Após a eleição do comitê, o trabalho revolucionário se intensificou ainda mais.

Em janeiro e fevereiro de 1902, onze círculos operários social-democratas passaram a atuar ativamente em Batum sob a direção do camarada Stálin. Estes círculos foram organizados nas fábricas de Mantashev, Rothschild, Sideridis e outras de igual importância.

Entre os membros da organização social-democrata de Batum destacavam-se: Silibistro Lomjaria, Kotsia Kandelaky, Illarion Darakhvelidze, Silibistro Todria, Mikhail Gabunia, Porphiry Lomjaria, Prokoly Gogiberidze, Darispan Darakhvelidze, Varlam Kalandadze, Gerouty Kalandadze, Mosay Pirtskhelashvili, Theophil Gogiberidze, Khachik Kazaryan, Porphiry Kuridze, Mirian Khomeriki, Koté Kalantarov, Osman Gurgenidze, Natalia Kirtadze, Desmine Shapatava e outros destacados operários de Batum.

Em janeiro de 1902, o camarada Stálin conseguiu organizar uma pequena gráfica clandestina. Inicialmente bastante rudimentar e instalada em sua própria residência, a gráfica foi posteriormente ampliada e aperfeiçoada com a chegada de uma prensa, tipos e caixas tipográficas trazidos de Tiflis.

Pouco depois de sua chegada, em janeiro de 1902, o camarada Stálin e os operários mais conscientes organizaram uma greve na fábrica Mantashev — a primeira grande greve em Batum, que terminou com vitória dos trabalhadores. A direção foi obrigada a ceder às reivindicações e readmitir os demitidos.

Em 27 de fevereiro de 1902, eclodiu uma greve na fábrica Rothschild, motivada pela demissão de 389 operários acusados pela administração e pela polícia de participarem do movimento revolucionário.

O camarada Stálin assumiu pessoalmente a direção do comitê de greve, elaborando as reivindicações operárias a serem apresentadas à administração, redigindo panfletos e organizando sua impressão e distribuição.

O crescimento do movimento grevista, sua sólida organização, a tenacidade e a resistência extraordinariamente determinada dos trabalhadores alarmaram as autoridades czaristas. O governador militar de Kutais deslocou-se a Batum, tentando deter as greves com ameaças — sem qualquer sucesso.

Na véspera de 8 de março, a polícia prendeu 32 grevistas. Como resposta, no dia 8 de março, o camarada Stálin organizou uma grande mobilização de trabalhadores exigindo a libertação dos presos. A polícia conseguiu prender 300 manifestantes, encarcerando-os nos quartéis de deportação. Diante disso, no dia seguinte (9 de março), o camarada Stálin dirigiu uma enorme manifestação com operários das fábricas Rothschild e Mantashev, dos estaleiros, ferrovias e outras empresas — totalizando mais de 6 mil pessoas.

Os manifestantes marcharam rumo aos quartéis de deportação carregando bandeiras vermelhas, entoando canções revolucionárias e exigindo a libertação dos presos. Nas proximidades dos quartéis, as tropas abriram fogo contra a manifestação. Quinze operários foram assassinados e cinquenta e quatro ficaram feridos. Cerca de quinhentos trabalhadores revolucionários que participaram do protesto foram presos e deportados de Batum.

O jornal Iskra (número 26, 15 de outubro de 1902) relatou os acontecimentos em Batum nos seguintes termos:

“O governador militar de Kutais, recém-chegado a Batum, convocou os grevistas e ameaçou que todos os que não retomassem o trabalho seriam deportados para seus vilarejos natais sob escolta. Percebendo que a advertência não surtira efeito, a polícia — ‘com base em informações da administração da fábrica Rothschild’ — prendeu 32 trabalhadores na noite de 7 de março, com o objetivo de deportá-los. No dia 8, uma multidão de 400 pessoas compareceu à sede da polícia exigindo ‘a libertação dos camaradas presos’. Dali, dirigiram-se à prisão. O vice-governador militar, coronel Dryagin, que chegou após a multidão, ordenou o destacamento de uma companhia do 7º Batalhão de Fuzileiros Caucasianos.

A multidão exigia que os presos fossem libertados ou que todos fossem presos. O coronel Dryagin optou pela segunda alternativa: prendeu 348 pessoas e as conduziu, junto com os 32 já detidos, aos quartéis de deportação. Na manhã seguinte, 9 de março, às nove horas, uma enorme multidão de trabalhadores, com seus dirigentes à frente, dirigiu-se à estação de deportação em formação organizada, cantando, gritando e assobiando. Em nome dos manifestantes, os operários Mikhail Khirinyantz e Theophil Gogiberidze, que dirigiam o protesto, repetiram ao coronel Dryagin a mesma exigência: libertar os presos ou prender a todos. Desta vez, o coronel respondeu com ordem de dispersão. Quando a multidão se recusou a obedecer, Dryagin mobilizou novamente a companhia do 7º Batalhão de Fuzileiros Caucasianos para reforçar o destacamento local. Enquanto os soldados tentavam expulsá-los da praça, os trabalhadores reagiram com uma chuva de pedras. Tentaram arrancar os rifles dos soldados, ouvindo-se gritos: ‘Peguem eles, tomem seus fuzis, eles não atirarão!’ Os presos dentro dos quartéis começaram a lançar pedras; finalmente, conseguiram romper os portões e uniram-se aos manifestantes. Foi então que as tropas abriram fogo, assassinando catorze operários e ferindo muitos outros.”(11)

Nesses dias decisivos, o camarada Stálin desenvolveu intenso trabalho político: redigiu proclamações e palavras de ordem, organizou a impressão desse material na gráfica clandestina e sua distribuição entre os operários de Batum, além de garantir seu envio para regiões vizinhas da Geórgia (Guria, Imerétia e Mingrélia).

Destacou-se pela ampla circulação o panfleto escrito pelo camarada Stálin sobre os eventos de 9 de março de 1902 em Batum, que conclamava operários e camponeses à luta revolucionária pela derrubada do czarismo.

No dia do funeral das vítimas do 9 de março, Stálin organizou um cortejo fúnebre que se transformou em grandiosa manifestação política.

Os acontecimentos em Batum foram precursores de uma onda revolucionária que varreu toda a Transcaucásia. Seu impacto revolucionário no campo georgiano (Geórgia Ocidental) foi extraordinário.

É importante destacar que Nikolay Chkheidze e Isidore Ramishvili, que estavam em Batum naquele período, não apenas se abstiveram de participar da luta revolucionária dos operários da cidade, como também enviaram repetidamente seus estafetas a Stálin e foram pessoalmente pressioná-lo a deixar a cidade. Alegavam que seria impossível organizar uma estrutura social-democrata clandestina ou mobilizar os trabalhadores para a luta política. Porém, seu verdadeiro motivo era o medo de represálias que poderiam sofrer devido ao trabalho clandestino dirigido pelo camarada Stálin.

Diante da ineficácia dessas pressões, Chkheidze e Ramishvili passaram a atacar diretamente o camarada Stálin com provocações e calúnias, chamando-o de “aventureiro” e “desorganizador”. Chegaram a tentar dissuadir operários individualmente de ouvirem Stálin, amedrontando-os com alegações de que ele os estaria expondo a perigo mortal.

Entretanto, esses futuros mencheviques fracassaram completamente em suas tentativas de sabotar o importante trabalho político desenvolvido pelo camarada Stálin e pelos operários revolucionários de Batum.

Dessa forma, foi o camarada Stálin quem estabeleceu a organização social-democrata em Batum e quem primeiro despertou a classe trabalhadora local para a luta revolucionária contra a autocracia e o capitalismo. Junto com os operários mais conscientes de Batum, Stálin conseguiu arrastar as massas trabalhadoras para o movimento revolucionário.

Um informe da polícia secreta czarista sobre as atividades de Stálin em Batum atesta:

“No outono de 1901, o Comitê de Tiflis do POSDR enviou a Batum um de seus membros, Josef Vissarionovich Dzhugashvili, ex-aluno do sexto ano do Seminário de Tiflis, com o objetivo de realizar propaganda entre os operários fabris. Como resultado das atividades de Dzhugashvili [...] organizações social-democratas, inicialmente dirigidas pelo Comitê de Tiflis, começaram a surgir em todas as fábricas de Batum. Os resultados da propaganda social-democrata já se manifestaram em 1902 na prolongada greve na fábrica Rothschild de Batum e nos distúrbios nas ruas.”(12)

Durante seu trabalho em Batum, o camarada Stálin manteve estreito contato com a organização partidária de Tiflis, visitando frequentemente a cidade e orientando o trabalho da organização social-democrata local.

Em 5 de abril (18 de abril, pelo calendário gregoriano) de 1902, o camarada Stálin foi preso durante uma reunião do grupo dirigente do Partido em Batum, junto com os operários K. Kandelaky, D. Darakhvelidze e outros, sendo encarcerado na prisão de Batum.

Mesmo na prisão, o camarada Stálin conseguiu estabelecer contato com membros do Partido em liberdade e continuou orientando seu trabalho. Paralelamente, desenvolveu intensa atividade política entre os presos políticos.

O camarada Stálin permaneceu na prisão de Batum de 5 de abril de 1902 até 19 de abril de 1903, quando foi transferido para a prisão de Kutais.

Lá, assim como em Batum, Stálin conduziu importante trabalho político entre os detentos. Estabeleceu conexões com todas as celas de presos políticos, disseminando entre eles as ideias da Iskra de Lênin. Denunciou vigorosamente o oportunismo da maioria da Messameh Dassy, de Kvali e de Noe Zhordania, ao mesmo tempo em que propagava o conceito de hegemonia do proletariado e a necessidade da direção operária no movimento camponês.

Em novembro de 1903, o camarada Stálin foi transferido de volta para a prisão de Batum, de onde foi exilado para a Sibéria (província de Irkutsk) no final do mesmo mês.

Um papel destacado na organização da estrutura social-democrata da Transcaucásia, alinhada à Iskra de Lênin, coube ao camarada Alexander (Sasha) Tsulukidze. Foi ele quem iniciou a luta contra a maioria da Messameh Dassy antes dos outros camaradas da minoria. Tsulukidze havia ingressado na Messameh Dassy em 1895, dedicando toda sua vida à luta revolucionária da classe operária. Porém, uma grave tuberculose que frequentemente o impedia de trabalhar ativamente impediu que alcançasse todo seu potencial.

O camarada Tsulukidze foi um dos marxistas mais eruditos de sua época, um propagandista e jornalista talentoso, um revolucionário totalmente dedicado à causa operária e o mais próximo colaborador dos camaradas Stálin e Lado Ketskhoveli.

Entre suas obras marxistas destacam-se: “O Novo Tipo em Nossa Vida” (Kvali, 1898); “Um Diálogo com os Leitores” (1899); “Da História da Ciência Econômica” (1899); “Nossas Diferenças” (1900); “Sonho e Realidade” (1903); “Excertos de Economia Política” (1904); “Uma Pequena Observação sobre uma Grande Questão” (1905); “Autonomia e os Interesses do Proletariado” (1905), entre outras.

Seus trabalhos foram fundamentais para avançar a concepção marxista em temas como a luta de classes do proletariado, a economia política, a necessidade de um partido político revolucionário e a questão nacional, demonstrando notável profundidade teórica. Em 1903, publicou o panfleto “Sonho e Realidade”, no qual criticou duramente a teoria do “terreno comum”, defendida por Archil Jorjadze e Noe Zhordania. Com argumentos sólidos, o texto desmontou a teoria burguesa-nacionalista, expondo seu caráter reacionário.

O camarada Tsulukidze provou que uma língua comum não constitui base suficiente para ação conjunta entre classes e partidos, como alegava Jorjadze, mas sim uma arma na luta de classes:

“É fácil tomar a língua por um terreno comum. Como é usada por todos, parece representar um terreno comum, assim como um campo de batalha; mas na medida em que essa arma espiritual expressa uma contradição social oculta, ela se torna instrumento de ofensiva recíproca. Obviamente, é desejável que todos afiem essa arma, que a aperfeiçoem; porém, este aperfeiçoamento não se converte em base para ação comum, mas em instrumento para abolir tal base. Enquanto persistirem as atuais condições de vida, enquanto a contradição fundamental não for erradicada, a língua não poderá servir como terreno comum. Somente o futuro preparará um grande terreno para ação comum, onde todos os fundamentos serão transformados e o ódio e a hostilidade eliminados.”

Tsulukidze acrescentou que o desenvolvimento do capitalismo, do comércio e da indústria capitalistas não cria bases para ação conjunta entre classes e partidos, mas sim um abismo entre eles:

“Onde quer que o comércio e a indústria se desenvolvam e a burguesia se fortaleça, inevitavelmente existe outra classe social, e justamente neste primeiro período ela necessita mais dos esforços dos intelectuais do que posteriormente, quando as próprias condições de vida, combinando trabalho físico e mental, produzirão uma força social confiável capaz de enfrentar até os mais poderosos. Os ideólogos da burguesia sempre enganaram o público dessa maneira, assegurando à classe trabalhadora: é do seu interesse que os comerciantes sejam mais fortes e ricos e os industriais sejam mais ricos, pois podem ter certeza de que eles também não se esquecerão de vocês e cuidarão dos assuntos comuns da nação. A democracia europeia já ouviu esses refrões inúmeras vezes. O senhor Archil Jorjadze os repete hoje em nosso país.”

O camarada Tsulukidze defendia a tese marxista da diferenciação de classes no campo e rejeitava categoricamente a ideia de um “terreno comum” entre a nobreza e o campesinato, ou mesmo dentro do próprio campesinato:

“No campo também observamos a diferenciação econômica, que é resultado inevitável e condição para o desenvolvimento industrial. No campo também surgem nossos Droidzes, que se aproveitam de cada nova invenção destinada a fortalecer seus conterrâneos indefesos para promover seus próprios interesses; e aqui também surge e se agrava aquela contradição que jogou luz sobre as relações reais e, ao fazê-lo, transformou o terreno comum em um sonho ainda mais distante, entoando seu réquiem de vez.

O banco camponês não ajudará o pequeno proprietário rural, não melhorará sua lavoura, não deterá a crescente necessidade econômica do campesinato, não eliminará a contradição econômica e, consequentemente, jamais servirá como terreno comum.”

Tsulukidze desmascarou Jorjadze como um arauto do capitalismo e do nacionalismo burguês. Ao demonstrar como o capitalismo de fato se desenvolvia no ocidente, ele aprofundou a tese da impossibilidade da paz e da conciliação entre classes:

“Nenhuma das nações europeias evitou a luta de classes, e nenhuma conseguiu manter-se no terreno da ação conjunta, embora tenham tido pregadores não menos eloquentes que Jorjadze. Hástia sozinho valia por vários Jorjadzes, mas nem mesmo sua teoria da concórdia conseguiu eliminar a luta de classes, e a vida seguiu em frente, abandonando-o.”

O camarada Tsulukidze desenvolveu a tese marxista sobre o agravamento das contradições do capitalismo e a intensificação da luta de classes:

“A produção capitalista contemporânea baseia-se na mais-valia, que representa trabalho não remunerado — a força de trabalho do trabalhador apropriada gratuitamente. O trabalho é a única fonte de valor, e para multiplicá-lo e aumentá-lo, é necessário ampliar o trabalho. Obter o máximo de trabalho possível pelo menor salário possível — eis o que busca o proprietário dos meios de produção. Realizar o mínimo de trabalho possível pelo maior salário possível — eis o que almeja constantemente o produtor. Esta relação dialética entre os dois elementos da sociedade constitui a característica fundamental do modo de produção capitalista, condição essencial de sua existência; e é por isso que o desenvolvimento do comércio e da indústria significa simultaneamente o aprofundamento desta contradição.”

O camarada Tsulukidze faleceu em 8 de junho de 1905, aos 29 anos, após prolongada enfermidade (tuberculose). Seu enterro ocorreu em Khoni em 12 de junho de 1905. O funeral, que segundo testemunhas reuniu mais de dez mil pessoas, transformou-se numa grandiosa manifestação política contra a autocracia.

Durante as cerimônias fúnebres, o camarada Stálin proferiu um brilhante discurso, no qual avaliou a obra de Sasha Tsulukidze, ao mesmo tempo que delineou as tarefas e apresentou um panorama da luta revolucionária de operários e camponeses contra o regime czarista. Foi um discurso de profundo impacto bolchevique e revolucionário.

A intervenção do camarada Stálin causou extrema insatisfação entre os mencheviques, elevando a um novo patamar a luta dos bolcheviques contra os mencheviques em toda a Geórgia e Transcaucásia.

O camarada Lado Ketskhoveli também se destacou como um dos principais organizadores da social-democracia revolucionária alinhada à Iskra de Lênin. Como mencionado anteriormente, os camaradas Tsulukidze, Ketskhoveli e Stálin foram os primeiros a iniciar a luta contra a maioria da Messameh Dassy e seu jornal Kvali. Eles organizaram e orientaram os círculos social-democratas, reorganizaram seu trabalho na clandestinidade, direcionaram as organizações social-democratas para táticas de agitação política de massas e criaram uma imprensa clandestino, incluindo o jornal clandestino Brdzola (A Luta), entre outras iniciativas.

A atividade revolucionária do camarada Lado Ketskhoveli começou em 1893 no Seminário de Tiflis, de onde foi expulso por participar de um “motim” estudantil. Para continuar seus estudos, foi obrigado a transferir-se para Kiev em 1894. Entre 1894 e 1896, o camarada Lado Ketskhoveli participou ativamente dos círculos marxistas revolucionários de Kiev. Em 1896, foi preso pela polícia e, após três meses de encarceramento, foi enviado para sua cidade natal (na Geórgia) sob vigilância policial.

Evadindo-se da perseguição policial, Ketskhoveli transferiu-se para Baku em janeiro de 1900, por orientação do grupo central do Partido em Tiflis (camaradas Stálin e Silibistro Jibladze), para trabalhar clandestinamente pelo Partido. Em 1900 e 1901, o camarada Ketskhoveli realizou importante trabalho para fortalecer a organização social-democrata em Baku.

Os primeiros círculos social-democratas em Baku haviam surgido em 1896 e 1897. O camarada Ketskhoveli revitalizou esses círculos, ampliou a agitação política entre os petroleiros e ferroviários, e organizou o primeiro comitê de Baku alinhado à linha da Iskra de Lênin.

No início de 1901, com apoio do grupo dirigente do Partido Social-Democrata de Tiflis, o camarada Ketskhoveli conseguiu organizar uma gráfica clandestina em Baku. Por iniciativa do camarada Stálin, o grupo dirigente de Tiflis forneceu a Ketskhoveli os tipos, equipamentos e recursos financeiros necessários.

A chegada do camarada Ketskhoveli a Baku e a organização da gráfica clandestina permitiram ao Comitê de Tiflis publicar seu próprio jornal clandestino.

Como sabemos, a ideia de um jornal revolucionário clandestino havia sido proposta pelos camaradas Stálin e Ketskhoveli já em 1898, com o objetivo de difundir o marxismo revolucionário e combater a maioria da Messameh Dassy georgiana e seu jornal legal Kvali.

Em setembro de 1901, em Baku, o camarada Ketskhoveli publicou o primeiro número de Brdzola (A Luta), órgão da organização social-democrata de Tiflis.

A publicação de literatura clandestino exigia extraordinária ousadia, energia, perseverança e trabalho intenso. Lado Ketskhoveli, vivendo na própria gráfica, dedicou-se completamente a essa tarefa. Durante meses, trabalhou dia e noite. Recebia regularmente artigos e outros materiais para Brdzola do camarada Stálin e de outros membros do grupo dirigente social-democrata em Tiflis. O próprio Lado redigiu diversos artigos, atuando simultaneamente como editor, revisor, tipógrafo e impressor, realizando esse trabalho complexo e arriscado com notável entusiasmo.

Além desse extenuante trabalho na gráfica, Lado desenvolveu intensa atividade organizativa. Dirigiu o Comitê de Baku do POSDR e coordenou todo o trabalho social-democrata na cidade formando revolucionários ativos entre os operários no espírito da Iskra de Lênin e reunindo-os em torno das ideias leninistas.

Todo o trabalho revolucionário multifacetado de Ketskhoveli em Baku era orientado pelo grupo dirigente do POSDR em Tiflis e pelo camarada Stálin. Lado mantinha correspondência constante com o camarada Stálin e, para instruções sobre questões cruciais, buscava diretamente o camarada Stálin em Tiflis e Batum.

V. Tsuladze, que trabalhava como tipógrafo na impressora clandestina de Baku, relata em suas memórias:

“Naquele período, o camarada Stálin era o mais preparado e ativo membro do grupo dirigente dos social-democratas de Tiflis. Sei que ele pessoalmente conduzia os círculos operários social-democratas revolucionários, e nós, militantes, recorríamos a ele para conselhos e orientações sobre todas as questões desafiadoras.

Lembro-me de um episódio em que um estudante anarquista debateu conosco e nos derrotou na argumentação; recorremos ao camarada Stálin por ajuda. Ele veio até nós e, após breve discussão, literalmente pôs o anarquista em fuga.

[...] Também recordo que esse mesmo estudante anarquista, ao nos encontrar posteriormente, dirigiu-se a nós com raiva, insultando-nos por tê-lo confrontado com Stálin.

Por recomendação do camarada Ketskhoveli, por volta de junho de 1901 fui enviado a Baku para trabalhar na gráfica clandestina. Ao chegar, encontrei uma pequena tipografia, mas adequadamente equipada.

[...] Durante todo seu período de funcionamento, ninguém além do camarada Ketskhoveli, eu mesmo e outro tipógrafo trabalhou na oficina.

A gráfica publicou quatro edições de Brdzola, órgão da organização social-democrata revolucionária de Tiflis, algumas edições do jornal Iskra, diversos panfletos como Os Quatro Irmãos, Aranhas e Moscas, além de muitos manifestos e folhetos.”

Avel Yenukidze, posteriormente revelado como inimigo do povo, deliberadamente falsificou a história das organizações bolcheviques da Transcaucásia em sua biografia autorizada e na brochura “Nossas Gráficas Clandestinas no Cáucaso”, distorcendo de forma cínica e descarada fatos históricos conhecidos, atribuindo a si mesmo supostos méritos na criação da primeira gráfica clandestino de Baku.

Como sabemos, diante do iminente risco de exposição dessas falsificações e distorções, Avel Yenukidze viu-se obrigado a admitir esses “erros” nas páginas do Pravda em 16 de janeiro de 1935.

O Brdzola — primeiro jornal clandestino da organização social-democrata de Tiflis, órgão do grupo partidário da Iskra de Lênin — defendia os princípios teóricos do marxismo revolucionário e delineava as tarefas da luta de classes proletária.

O Brdzola explicava e desenvolvia a ideia de que as organizações social-democratas deveriam adotar táticas de agitação política de massas, organizando a luta política revolucionária da classe operária contra a autocracia. O periódico também aprofundava a concepção leninista da hegemonia do proletariado na revolução democrática-burguesa.

O Brdzola se considerava um órgão local do movimento social-democrata pan-russo, defendendo a unidade entre a luta revolucionária do proletariado da transcaucásia e a do conjunto da classe trabalhadora russa.

Como princípio orientador, o Brdzola adotava a posição da Iskra pela construção de um partido revolucionário unificado, baseado na ampla agitação política e na propagação do marxismo revolucionário. Lênin havia escrito na Iskra:

“Nós, social-democratas russos, devemos unir e direcionar todos os nossos esforços para formar um partido forte que lute sob a bandeira unificada da social-democracia revolucionária.”

E o Brdzola assumiu imediatamente a tarefa de realizar ampla agitação e propaganda pelas ideias da luta revolucionária do proletariado. O primeiro número do Brdzola já declarava:

“O movimento social-democrata georgiano não é um movimento operário isolado, com um programa exclusivamente nacional. Ele faz parte integrante da luta social-democrata russa e, por isso, está subordinado ao Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR). Logo, um jornal social-democrata georgiano deve atuar como um órgão local, focando em questões regionais e no movimento proletário da Geórgia. Além disso, é essencial que esse jornal sirva como ferramenta de agitação política, divulgando amplamente as ideias revolucionárias e fortalecendo a organização social-democrata.”

A Iskra colocou de forma inequívoca a questão da ruptura com os economistas e o “marxismo legal”, declarando:

“Antes de nos unirmos, e para que nos unamos, devemos primeiro traçar com firmeza e clareza a linha de demarcação.”

O Brdzola estabeleceu objetivos análogos para a luta revolucionária:

“Nossa tarefa é clara: manter os princípios social-democratas e os métodos revolucionários intocados. Se avaliarmos cada movimento por essa medida, nenhum desvio reformista — nenhum bernsteinianismo — encontrará espaço entre nós.”

Desde seu primeiro número, ao contrário do Kvali, o Brdzola defendeu e propagou decididamente o princípio leninista da hegemonia do proletariado no movimento revolucionário russo. Eis como o Brdzola caracterizava a hegemonia da classe trabalhadora:

“Mas perguntemos: que classe é capaz de combater esse inimigo? Quem será o centro nervoso da revolução? Basta lançar um olhar sobre a vida social da Rússia, sobre as relações entre suas classes, para convencer-se de que a força unida do proletariado revolucionário é a principal força. A burguesia, apoiando-se em sua bolsa inesgotável, sente-se perfeitamente confortável sob o cetro da autocracia.

O proletariado é a força inquebrantável que deve destruir a autocracia. O Partido Social-Democrata deve declarar guerra mortal ao regime czarista; a Social-Democracia, apoiando-se nos elementos sociais oprimidos pelo absolutismo, contando com sua assistência direta ou indireta, avançará para a ofensiva e a sólida muralha do despotismo russo será reduzida a seus alicerces.”

O camarada Lado Ketskhoveli foi o provado companheiro de armas do camarada Stálin nos primórdios do bolchevismo na Transcaucásia e na Geórgia. Sob a direção do camarada Stálin, ele imprimiu à organização de Baku a fisionomia bolchevique da Iskra e realizou trabalho fundamental na criação do jornal clandestino Brdzola.

O trabalho do camarada Lado Ketskhoveli não passou despercebido. Em informe secreto de 10 de agosto de 1903 dirigido ao Departamento de Gendarmaria de Tiflis, o capitão Runich escreveu sobre suas atividades:

“Ficou comprovado que o acusado Vladimir Ketskhoveli [...] foi o principal organizador da gráfica clandestina que imprimiu quase todos os panfletos e outras publicações revolucionárias distribuídas em diversos momentos nos distritos de Tiflis, Kutais e Baku, até sua prisão em setembro de 1902. Além disso, a investigação revelou que em sua gráfica secreta, Ketskhoveli [...] junto com outros acusados, imprimiu proclamações dirigidas às tropas com o objetivo de incitá-las à insubordinação e motim — proclamações que, comprovadamente, circularam amplamente entre os militares.

[...] Graças a suas extensas conexões revolucionárias e numerosos contatos, Ketskhoveli, vivendo sob nomes falsos e com passaportes adulterados [...] conseguiu organizar empreendimento tão complexo e perigoso quanto uma impressora clandestina, que funcionou por quase dois anos, e cuja localização parcial permanece desconhecida até o presente momento.”

O camarada Ketskhoveli foi preso em Baku em 2 de setembro de 1902, ocasião em que a gráfica clandestina foi temporariamente desativada. Esta oficina havia sido estabelecida por orientação de Lênin, pelos camaradas Leonid Krasin e outros, e até novembro de 1903 trabalhou para a Iskra leninista. Após o 2º Congresso do Partido, quando os mencheviques assumiram o controle da Iskra e do Comitê Central, a gráfica — por ordens de Leonid Krasin — passou a servir ao nova Iskra menchevique e ao Comitê Central menchevique.

Durante seu funcionamento, trabalharam nesta gráfica os camaradas Vano Sturua, Silibistro Todria, Karaman Jashi e outros.

Nesse período, além da gráfica central do Partido, existia em Baku a gráfica do Comitê de Baku, que atendia à organização local. Sobre esta última, o camarada Georgi Sturua nos informa:

“Por decisão do Comitê de Baku, fui incumbido de organizar uma gráfica clandestina. Considerando que a gráfica clandestina anterior havia sido desmantelada e que o Comitê decidira estabelecer uma nova [...] foi montada uma pequena tipografia clandestina, onde foram impressos diversos panfletos do Comitê de Baku.

[...] Posteriormente, quando esta gráfica foi ampliada, dois operários foram transferidos da gráfica central clandestina, que então funcionava em Baku, para a do Comitê de Baku.”

O camarada Ketskhoveli permaneceu preso por cerca de um ano, inicialmente na prisão de Baku e depois na prisão de Metekhy, em Tiflis. Durante o encarceramento, manteve-se firme como verdadeiro revolucionário proletário: denunciou os capangas da polícia e realizou agitação entre os presos contra o regime autocrático czarista.

A polícia recorreu aos métodos mais vis de represália contra este íntegro combatente revolucionário. Em 10 de agosto de 1903 — exatamente sete dias antes do assassinato do camarada Ketskhoveli — o capitão Runich, cão de guarda do sistema prisional, escreveu ao Departamento de Gendarmaria de Tiflis:

“Seria conveniente, considerando a relevância e importância de Ketskhoveli no movimento revolucionário, conforme comprovado pela investigação, que durante sua transferência para o exílio sejam tomadas medidas especiais contra ele, pois uma vez em liberdade, Ketskhoveli fugirá para o exterior na primeira oportunidade e, no futuro, certamente causará muitos problemas devido às suas convicções extremamente radicais.”

Estas “medidas especiais” concretizaram-se em 17 de agosto, quando Ketskhoveli foi assassinado a tiros em sua cela. O Comitê de Tiflis do POSDR emitiu a seguinte proclamação sobre o covarde assassinato de Ketskhoveli:

“Camaradas, no domingo, às 9h30 da manhã, Lado Ketskhoveli, incansável lutador pela liberdade e pelo socialismo, foi assassinado na prisão de Metekhy. Desde sua juventude até seu último suspiro, ele defendeu sem descanso os sagrados direitos da humanidade e protestou contra todos os atos de violência e despotismo.

[...] Em 1893, ainda jovem estudante, participou ativamente de protestos no seminário, pelos quais foi expulso. Posteriormente, estudou em um seminário em Kiev, onde, contudo, ele foi preso duas vezes. A partir de 1897, participou ativamente do movimento operário no Cáucaso. Em Tiflis, organizou a primeira greve dos cocheiros de carruagens a cavalo. Foi ele quem organizou a primeira publicação do jornal Brdzola.

Inclinamos nossas bandeiras a você, campeão destemido da liberdade do povo!

Camaradas, este assassinato vil e horrendo não deve passar impune. Levantemos, como Lado, o brado poderoso: Abaixo a autocracia! Viva a República Democrática! Abaixo o capitalismo! Viva o socialismo!

Comitê de Tiflis

Em 1903, o Comitê Transcaucasiano do Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR)(FT-04) publicou um panfleto, “Sobre a Vida e a Atividade Revolucionária de Lado Ketskhoveli”.

“Lado, — dizia, — foi o primeiro a criar uma literatura revolucionária georgiana. Foi o primeiro a organizar uma gráfica revolucionária aqui, o primeiro a publicar um periódico revolucionário georgiano, o primeiro a semear as sementes da revolução entre os trabalhadores de Baku. É claro que Lado era um inimigo mortal dos abutres autocráticos e de todos os tiranos. Eles entenderam isso muito bem e foi por isso que o mataram de forma tão vil, tão traiçoeira.”

Tal era a opinião do Comitê Transcaucasiano sobre o camarada Ketskhoveli e seu papel no movimento revolucionário na Transcaucásia.

Assim:

  1. As primeiras sementes do marxismo foram trazidas para a Transcaucásia no início da década de 1890, por um lado, por social-democratas revolucionários russos exilados das regiões centrais da Rússia e, por outro, pelos marxistas legais georgianos que haviam vivido no exterior.
  2. O Messameh Dassy foi a primeira organização marxista social-democrata georgiana; desempenhou um papel definido e positivo (no período de 1893-1898) na disseminação das ideias do marxismo e também na luta contra as tendências abertamente chauvinistas da nobreza georgiana e da intelectualidade burguesa.
  3. O Messameh Dassy, no entanto, não era uma organização homogênea. A maioria do Messameh Dassy, dirigida por Noe Zhordania, representava uma tendência oportunista — “marxismo legal” — que vulgarizava e distorcia os princípios do marxismo revolucionário, negando a ideia da hegemonia do proletariado no movimento revolucionário, a luta política revolucionária da classe trabalhadora contra a autocracia e a ideia de revolução proletária e da ditadura do proletariado. A maioria do Messameh Dassy vulgarizou os ensinamentos do marxismo e os adaptou aos interesses do desenvolvimento burguês-capitalista e do nacionalismo burguês.
  4. A minoria do Messameh Dassy, dirigida pelos camaradas Stálin, Ketskhoveli e Tsulukidze, representava a ala revolucionária-marxista e internacionalista do Messameh Dassy, que organizou uma luta intransigente contra a maioria do Messameh Dassy pelos princípios da Iskra de Lênin.
  5. A minoria do Messameh Dassy, dirigida pelo camarada Stálin e outros, combatendo todas as distorções legalistas, propagou e lutou pelos princípios do marxismo revolucionário. Essa minoria era o núcleo daquela tendência no POSDR na Transcaucásia que apoiava a Iskra de Lênin.
    Após o 2º Congresso do POSDR, especialmente no final de 1904, após a notícia da deserção de Plekhanov para o menchevismo ter chegado à Transcaucásia, as divergências de opinião e a luta entre a maioria e a minoria do Messameh Dassy se intensificaram e se tornaram divergências de opinião gerais sobre a questão do bolchevismo e menchevismo. A maioria do Messameh Dassy, dirigida por Noe Zhordania, aderiu em bloco à posição do menchevismo, enquanto a minoria, dirigida pelo camarada Stálin, adotou a posição de Lênin, a posição do bolchevismo. (Fortes aplausos.)
    Por volta do final de 1904, foi formada uma organização bolchevique do POSDR em Tiflis.
  6. O fundador da organização social-democrata na Geórgia e na Transcaucásia que apoiava a Iskra de Lênin foi o camarada Stálin (aplausos), juntamente com os camaradas Alexander Tsulukidze e Lado Ketskhoveli, e os social-democratas russos que estavam em Tiflis (Kurnatovsky e outros).

Foi sob a direção do camarada Stálin, em uma luta implacável contra os inimigos do marxismo e do Leninismo, principalmente na luta contra os ‘marxistas legais’ georgianos (a maioria do Messameh Dassy, dirigida por Noe Zhordania, Silibistro Jibladze e outros), que as organizações bolcheviques na Geórgia e na Transcaucásia se originaram e se desenvolveram. (Fortes aplausos.)


Notas de rodapé:

(1) Kvali (O Sulco): Um jornal diário em língua georgiana, órgão da tendência liberal-nacionalista. Entre 1893 e 1897, foi editado por G. Tsereteli. No final de 1897, foi adquirido pelo grupo majoritário da Messameh Dassy (Noe Zhordania e outros) e, a partir de então, tornou-se o porta-voz do “marxismo legal”. Após o desenvolvimento das facções bolchevique e menchevique dentro do Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), Kvali tornou-se o órgão dos mencheviques georgianos. Foi suprimido pelo governo czarista em 1904. (retornar ao texto)

(2) Moambeh (O Arauto): Uma revista mensal da tendência liberal-nacionalista. Foi publicada de 1894 a 1908, em língua georgiana. (retornar ao texto)

(3) Kvali, número 46, 1897. (retornar ao texto)

(4) Kvali, número 51, “Os Bôeres”, 1899. (retornar ao texto)

(5) Victor Kurnatovsky era um marxista formado e dedicado, firme partidário da Iskra de Lênin. Iniciou sua trajetória revolucionária no partido “Narodnaya Volya” (Vontade do Povo), o que lhe rendeu três anos de exílio na província de Arkhangelsk. Em outubro de 1892, partiu para o exterior, formando-se como engenheiro químico no Instituto Politécnico de Zurique. Em 1893, ingressou no grupo “Emancipação do Trabalho” de Plekhanov e participou do Congresso de Zurique da Segunda Internacional em agosto do mesmo ano. Em 1896, ao retornar à Rússia, foi preso na fronteira e exilado por três anos no distrito de Minusinsk. Foi lá que Kurnatovsky conheceu Vladimir Lênin, que também estava exilado na aldeia de Shushenskoye entre 20 de maio de 1897 e 11 de fevereiro de 1900. Tornou-se um revolucionário proletário e adepto consistente das ideias de Lênin pelo resto da vida, sendo um dos 17 signatários do “Protesto dos Social-Democratas Russos” contra o “Credo” dos economicistas. No verão de 1900, após cumprir seu exílio, o Partido enviou Kurnatovsky para atuar revolucionariamente em Tiflis. Lá, estabeleceu estreita ligação com o camarada Stálin, tornando-se seu amigo próximo e colaborador. (retornar ao texto)

(6) Arquivo do Instituto Marx-Engels-Lênin, Filial Tíflis, Pasta 34, Documento número 175. (retornar ao texto)

(7) Iskra, número 60, 1904. (retornar ao texto)

(8) Nota sobre V. Karnatovsky: Ele passou dois anos na prisão militar de Tiflis e no Castelo de Metekhy, sendo exilado em 9 de junho de 1903 para a região de Yakutsk, na Sibéria Oriental. Karnatovsky foi o iniciador e principal participante de um protesto com resistência armada dos exilados políticos em 1904, o que lhe rendeu uma sentença de trabalhos forçados. Após cumprir sete meses, fugiu para Chita no início de 1905. Lá, organizou o Soviete de Deputados Operários, Soldados e Cossacos e editou o jornal Zabatkalsky Rabochy (O Trabalhador Transbaikal). No início de 1906, foi preso novamente e condenado à morte, pena posteriormente comutada para prisão perpétua. Karnatovsky escapou mais uma vez, refugiando-se no Japão e depois na Austrália. No outono de 1911, chegou a Paris gravemente doente. Aqui, Vladimir Lênin dedicou-lhe atenção especial, ajudou-o financeiramente, garantiu sua hospitalização e o acompanhamento dos melhores médicos. Porém, não foi possível salvá-lo. Em 19 de setembro de 1912, V. Karnatovsky faleceu. (retornar ao texto)

(9) Arquivos da Filial de Tíflis do MELI: Pasta 31, Processo Número 23, Volume Terceiro, Folha 02. (retornar ao texto)

(10) Iskra, número 6, julho de 1901. (retornar ao texto)

(11) Em 16 de outubro de 1905, o capitão Jakeli, chefe interino da Gendarmaria Provincial de Kutais no distrito de Batum, relatou em documento número 1134: “Em 9 de março ocorreu o primeiro confronto entre tropas e o populacho na estação de deportação, resultando em 15 operários mortos e cerca de 20 feridos.” (retornar ao texto)

(12) Arquivo Central da Geórgia: Informe do Assistente do Superintendente Chefe do Departamento Provincial de Gendarmaria de Kutais na Região de Batum, Processo número 1011. (retornar ao texto)

Notas de fim de tomo

(FT-01) Giorgi Tsereteli (1842–1900): juntamente com Niko Nikoladze e S. Meskhi, dirigiu o grupo Meori Dassy (Segundo Grupo) — uma corrente progressista-burguesa. O Meori Dassy publicava o jornal Droeba (1866–1886) e as revistas Mnatobi (1869–1872) e Krebuli (1871–1873) em georgiano, além de Obzor (1878–1881) em russo. Em suas publicações, o grupo Tsereteli-Nikoladze familiarizou o público georgiano com as teorias dos socialistas utópicos da Europa Ocidental (Fourier, Owen, Saint-Simon, Louis Blanc, Babeuf), promovendo o nacionalismo burguês e o republicanismo. Diz Giorgi Tsereteli:

“No desenvolvimento do sistema social, esse grupo (dassy) repudiou a nobreza assim como a existência individual das classes populares. Defendia a ideia de uma nação genuína em que todos os estamentos estivessem em pé de igualdade, reconhecendo que tal nação corresponderia a uma ordem social democrática onde não houvesse divisões estamentais.” — (Giorgi Tsereteli, Kvali, número 46, 1897.)

Este grupo de intelectuais burgueses defendia o desenvolvimento de bancos industriais, crédito urbano e rural, comércio, ferrovias e indústria. Para eles, o progresso comercial e industrial conduziria ao renascimento nacional. Propunham educação e ciência como o caminho do progresso. No final do século 19, este grupo passou a servir abertamente à grande burguesia e ao czarismo russo. (retornar ao texto)

(FT-02) Egnate Ninoshvili (Ingorokva) (1859-1894) - famoso escritor georgiano; uma das figuras ativas do "Mesame-Dasi". [Observação MIA: nota traduzida da edição em russo] (retornar ao texto)

(FT-03) Ilia Chavchavadze (1837–1907): escritor e publicista georgiano, foi o dirigente ideológico do grupo Pirveli Dassy (Primeiro Grupo) — uma tendência feudal-progressista. O jornal georgiano Sakartvelos-Moambe começou a ser publicado sob sua direção em 1863, e em 1877 foi fundado o jornal Iberia. Este grupo lutava contra os ideólogos da velha nobreza, que ainda defendiam a ordem feudal-patriarcal. Em diversas obras literárias notáveis, Chavchavadze retratou com maestria a servidão dos camponeses georgianos e exigia o fim do sistema servil. Em Iberia, o grupo defendia a língua georgiana, sua literatura e escolas, combatendo a política czarista de russificação da Geórgia. O Pirveli Dassy procurava adaptar a economia da nobreza latifundiária ao capitalismo. Com esse objetivo, construiu-se uma ferrovia em Kakhetia e foi fundado um banco nobre. Este grupo pregava o renascimento nacional pacífico, baseado na colaboração entre as classes sociais. No artigo programático “Vida e Lei” (1877), Chavchavadze lançou a palavra de ordem da conciliação entre as classes e conclamou os nobres liberais a dirigirem o desenvolvimento capitalista da Geórgia. (retornar ao texto)

(FT-04) O Comitê da União Caucasiana do Partido Operário Social-Democrata da Rússia foi criado no primeiro congresso das organizaççes social-democratas caucasianas realizado em março de 1903 em Tiflis. O congresso contou com a participação de 15 delegados, representantes dos comitês de Tiflis, Baku e Batumi do Partido Operário Social-Democrata da Rússia e das organizaççes social-democratas de Kutais, Guria, Chiatura, Gori e Khashuri. O congresso lançou as bases para a construção internacional de organizaççes social-democratas no Cáucaso. O Congresso endossou a linha política do Iskra de Lênin, adotou o projeto de programa do Iskra e do Zarya para sua liderança e desenvolveu e aprovou o estatuto organizacional da União. O Congresso decidiu fundir os jornais "Brdzola" (em georgiano) e "Proletariat" (em armênio) em um único órgão - com o nome de "Proletariatis Brdzola" ("Luta do Proletariado"). O congresso elegeu um órgão dirigente do partido - o Comitê da União Caucasiana do Partido Operário Social-Democrata da Rússia, para o qual o camarada Stalin foi eleito à revelia, pois o camarada Stalin, na época estava preso na prisão de Batumi. Sob a liderança do Comitê da União do Cáucaso, dois comitês foram criados em Kutaisi em maio de 1903 - o Comitê de Kutaisi e o Comitê de Trabalhadores Rurais da Imeretia. Ao mesmo tempo, foi criado um comitê de trabalhadores rurais da Guria. Em junho, o Comitê de Kutaisi e o Comitê de de trabalhadores rurais da Imeretia se uniram em um único comitê com o nome de Comitê Imereti. Em julho, foi formado o Comitê Imeretino-Mingreliano. Em 1904, após retornar do exílio, o camarada Stalin tornou-se o chefe do Comitê da União do Cáucaso e, juntamente com Mikhail Tskhakaya, dirige o Comitê. Em fevereiro de 1906, após a criação dos comitês conjuntos das facççes bolchevique e menchevique, o Comitê da União do Cáucaso deixou de existir. [Observação MIA: nota traduzida da edição em russo] (retornar ao texto)

Inclusão: 16/05/2024