Vemos pelos jornais americanos que nossos compatriotas no exército e na marinha dos Estados Unidos tem se destacado fortemente na guerra com a Espanha.
É como deveria ser, e em consonância com todas as nossas tradições irlandesas. Somos uma raça lutadora, nos dizem, e cada irlandês fica sempre orgulhoso de ouvir nossos políticos e jornalistas narrarem nossos feitos na linha de frente - em outros países, em outros climas e em outros tempos.
Sim, somos uma raça lutadora. Seja sob as Estrelas e Listras ou sobre a Union Jack; plantando a bandeira da América sobre os muros de Santiago ou ajudando nossos próprios opressores a estender seu domínio odiado sobre outras infelizes nações, nossos bravos garotos irlandeses estão sempre no fronte.
Quando o Boer deve ser privado da sua liberdade, o egípcio empurrado novamente sob os pés do seu capataz, o Zulu dinamitado em suas cavernas, o Matabele assassinado ao lado das ruínas do seu vilarejo em chamas ou o Afridi caçado em seu desolado sítio, em qualquer lugar, em resumo, onde a atuação sangrenta dos opressores da Irlanda pode ser encontrada em algum exemplo atroz, não-usual, de canalhice, procure lá os filhos da nossa Ilha Esmeralda, e com os casacos vermelhos do exército mercenário assassino você vai encontrá-los.
Sim, nós somos uma raça lutadora. Na África, na Índia ou na América, onde quer que o sangue deva ser derramado, lá você encontrará os irlandeses, dispostos e ansiosos por uma luta, sob qualquer bandeira, na briga de qualquer um, por qualquer causa - com exceção da sua própria.
Nesta causa, da nossa própria liberdade e da nossa própria terra, temos no último século consistentemente nos recusado a lutar. Em qualquer outra parte da superfície da terra podemos derramar nosso sangue com a benção da Santa Igreja e com as preces dos fiéis para fortalecer nossos corpos, exceto na Irlanda e na causa da liberdade do povo irlandês.
Anátema.
É um pensamento ímpio e nós devemos evitá-lo. O quer que façamos, que andemos pela sombra e não discutamos com a Igreja - que denunciou os Irlandeses Unidos e excomungou os Fenianos.
Fé e Pátria. Ah, sim. Mas não esqueça que quando o inglês era católico e rezava no mesmo altar que o irlandês, ele saqueava, roubava e assassinava o irlandês tão incansavelmente quanto, com a espada em uma mão e a Bíblia na outra, ele veio cantando ruidosamente seus salmos na trilha de Oliver Cromwell.
A questão da fé religiosa tem pouca importância na questão da liberdade. Testemunhe a Espanha católica devastando Cuba católica, os capitalistas católicos da Itália bombardeando trabalhadores católicos desarmados, o latifundiário irlandês católico especulando com o aluguel e despejando o posseiro católico, o católico rico festejando dentro da mansão enquanto o mendigo católico morre de fome em sua calçada.
E com os mesmos olhos testemunhe como os trabalhadores protestantes de Belfast tão frequentemente entram em greve contra os empregadores protestantes e como seus ancestrais protestantes de 100 anos atrás estavam em rebelião ativa contra o Governo protestante inglês.
'Nossas instituições na Igreja e no Estado' é o chavão com que os ricos Unionistas irlandeses busca acender o ódio religioso entre os trabalhadores protestantes de Ulster e então prevenir que eles colaborem com os trabalhadores católicos em um esforço único por sua emancipação comum.
E 'Fé e Pátria', ao ligar as demandas nacionais com crença religiosa específica, serve o mesmo propósito na boca do enganador do Auto-Governo.
Por qual outro motivo além dos aqui especificados é qualquer dessas palavras de ordem utilizada?
Para manter o povo da Irlanda, e especialmente os trabalhadores, divididos, é o grande objetivo de todos os nossos políticos, do Auto-Governo e Unionistas.
E nosso grande objetivo neste jornal será unir os trabalhadores e enterrar, em uma vala comum, os ódios religiosos, a mesquinhez provincial e as desconfianças mútuas sobre as quais a opressão dependeu por tanto tempo para se firmar.
O homem que os ancestrais ocuparam os muros de Derry é tão querido para nós quanto o que traça sua descendência das mulheres que ficaram nas brechas de Limerick. Nenhum lutou pela Irlanda, mas só para decidir qual rei inglês deveria governar a Irlanda.
O que nós temos a ver com as suas disputas? Nas palavras dos Irlandeses Unidos - "Enterremos nossas animosidades com os ossos dos nossos ancestrais.
No futuro próximo, quando reis e as classes que fazem reis não puderem mais empestear a terra com sua presença fétida, como nossa juventude irlandesa sorrirá quando ler que 200 anos atrás irlandeses se matavam para decidir qual rei inglês deveria ter o direito de roubar o povo irlandês.
E que 200 anos depois os descendentes dos respectivos partidos conclusivamente provaram para sua própria satisfação que o líder do outro lado foi um canalha.
E que o mundo imparcial olhando a evidência e tomando a conclusão neste ponto que, pelo menos, ambas as partes estavam certas. Ambos os reis eram canalhas, portanto os seguidores eram -
Bom, deixa para lá.