(1916–2010): professor, jornalista e político chileno. Foi secretário-geral do Partido Comunista do Chile entre 1958 e 1990.
Ingressou no Partido Comunista do Chile (PCCh) em 1932, em Chillán, aos 15 anos de idade.
Formou-se como professor normalista em 1934. Entre 1935 e 1936, lecionou nas Escolas Superiores N°1 e N°6 de Iquique e na Escola Superior N°1 de Valdivia.
Tendo-se mudado para Santiago, trabalhou como secretário do parlamentar comunista Carlos Contreras Labarca. Também trabalhou como jornalista, desde 1936, no jornal vespertino Frente Popular de Santiago, no El Despertar dos trabalhadores de Iquique, fundado por Luis Emilio Recabarren, no “Popular” de Antofagasta e no El Siglo de Santiago, do qual foi subdiretor e posteriormente diretor entre 1945 e 1948.
Em 1947, após a proibição do partido, foi internado nos campos de concentração de Pitrufquén e Pisagua.
Em 1950, ascendeu ao Comitê Central do PCCh e, em 1958, foi nomeado secretário-geral do partido, cargo que exerceria por mais de 30 anos.
Foi eleito senador pela sétima agrupação provincial (províncias de Ñuble, Concepción e Arauco) para o período de 1961 a 1969 e pela terceira agrupação provincial (Aconcagua e Valparaíso) entre 1969 e 1977.
Partidário da implantação do socialismo no Chile por meios pacíficos, foi um dos principais promotores da Unidade Popular desde 1969. Após o golpe militar de 11 de setembro de 1973, que derrubou o presidente Salvador Allende, foi detido, encarcerado na Escola Militar e deportado para os campos de concentração das ilhas Dawson, Ritoque e Três Álamos.
Durante sua permanência na prisão, foi condecorado pela União Soviética com a Ordem de Lênin (1974) e o Prêmio Lênin da Paz (1973-1974). Após uma intensa campanha internacional por sua libertação, em 1975 o Chile e a União Soviética concordaram em libertar Corvalán e trocá-lo pelo dissidente soviético Vladímir Bukovski. Corvalán recebeu asilo na URSS, onde concedeu inúmeras entrevistas denunciando a situação em seu país.
Em 1977, na primeira reunião do Comitê Central do PCCh desde 1973, Corvalán leu um relatório no qual explicava os acertos e erros do caminho chileno para o socialismo. Em setembro de 1980, em uma conferência realizada na Sala das Colunas em Moscou, ele defendeu a necessidade de implementar a “estratégia de rebelião popular”, tática que promovia todas as formas de luta, inclusive a violência armada — como a iniciada pela Frente Patriótica Manuel Rodríguez — como legítimas para derrubar a ditadura de Augusto Pinochet.
Após estadias na URSS e na República Democrática Alemã, em 1983 ele voltou secretamente ao Chile, onde foi obrigado a permanecer na clandestinidade. Em 1985, a necessidade de uma intervenção cirúrgica o forçou a retornar temporariamente à URSS. Durante essa viagem, em plena época da Perestroika, ele se reuniu com Mikhail Gorbachev. Em 1988, estabeleceu-se legalmente no Chile para participar do processo de democratização.
Em 1989, deixou o cargo de secretário-geral do PCCh, mas permaneceu no Comitê Central. Em seus últimos anos, dedicou-se a escrever livros sobre suas experiências e as de seu partido.
Luis Corvalán faleceu em sua residência em Santiago, em 21 de julho de 2010.