Soneto

Clóvis Moura

23 de abril de 1955


Origem: publicado na seção Literatura do jornal Imprensa Popular, este soneto integra o livro de poemas do autor.

Fonte: Hemeroteca Digital.

Transcrição: Vinícius Azevedo.

HTML: Lucas Schweppenstette.


Dá-me a mochila, meu fuzil, meu pente
de balas para a luta, companheira...
Estrada a fora, como chama ardente,
levarei no fuzil nossa bandeira.

Sou soldado da paz, em minha frente
o horizonte é uma chama verdadeira.
Meu[s] braços são de luta e minha mente
sonha cantá-la pela vida inteira.

E na mochila ponha o livro e o pão,
uma sonata de Chopin, a rosa
e um mapa feito com o teu coração...

Depois me espere: voltarei um dia
nos feitos rubros e na luz radiosa
que o novo mundo rubro prenuncia!