A solidez organizativa do exército revolucionário tem por base a observância consciente da disciplina revolucionária, a qual, por sua vez, fundamenta-se nos seguintes aspectos: Primeiro, todos os militares cultivam uma lealdade infinita à revolução, à Guerra de Resistência contra a Agressão Japonesa e à reconstrução nacional. Movidos por um espírito de autossacrifício ilimitado, deixam de lado quaisquer considerações egoístas e colocam os interesses da revolução acima de tudo. Segundo, no seio do exército, comandantes e combatentes mantêm estreita unidade. Animados por um ardente amor à causa revolucionária, zelam uns pelos outros, obedecem às ordens e acatam a disciplina militar com vistas a garantir uma sólida coesão política e uma vontade unificada. Fora das fileiras, os soldados permanecem unidos ao povo, submetem-se incondicionalmente à liderança do Partido, apoiam os governos democráticos antijaponeses, observam suas leis e decretos, respeitam seus funcionários e protegem as massas populares. Dessa forma, descarta-se a possibilidade de violações às diretrizes do Partido, desrespeito às normas governamentais ou atentados contra os interesses do povo. Terceiro, os comandantes emitem ordens sensatas em batalha, demonstram genuína preocupação por seus subordinados, compartilham com eles suas alegrias e adversidades, dão o exemplo por meio da própria conduta e, livres de motivações egoístas, dedicam-se integralmente ao dever público. Logo, conquistam tamanha estima e respeito que seus subordinados não hesitam em enfrentar os maiores perigos para cumprir suas ordens. Somente assim é possível assegurar a observância consciente da disciplina revolucionária, fortalecendo tanto a unidade interna do exército quanto sua unidade com a população civil. Portanto, a manutenção e aplicação da disciplina nas forças armadas revolucionárias depende, acima de tudo, da educação. Recompensas e punições não passam de meios educativos. As recompensas mostram aos militares para onde devem direcionar seus esforços; as punições revelam os erros a serem evitados. Aqueles que forem recompensados por seus méritos não devem ser deixados à vontade, mas continuar sendo educados para que progridam ainda mais. Já os punidos não devem ser tratados com hostilidade, e sim educados com solicitude, para que corrijam suas faltas. Quanto aos colaboracionistas e sabotadores infiltrados, devem ser levados a julgamento militar e tratados conforme a lei. A aplicação rígida e imparcial de recompensas e punições é um princípio essencial da disciplina revolucionária. Em nosso exército, há muito se proíbem os insultos, os espancamentos e demais abusos. A observância consciente da disciplina só é possível em um exército revolucionário. Por essa razão, não se admite qualquer distinção entre indivíduos próximos ou distantes, favorecidos ou desfavorecidos, amados ou desprezados, íntimos ou estranhos. Tampouco deve haver espaço para o sectarismo ou o particularismo. Somente com uma atitude plenamente imparcial e equânime, como a que se cultiva entre membros de uma mesma família, será possível assegurar a unidade de todo o nosso exército e consolidar sua disciplina.
A solicitude para com os subordinados deve, antes de tudo, manifestar-se no campo político. Jamais devemos negligenciar questões relativas à honra e à situação política dos subordinados, bem como às suas oportunidades de receber educação política; ao contrário, devemos empenhar-nos conscientemente para solucioná-las em seu proveito. Em segundo lugar, devemos nos preocupar com seu desempenho no trabalho, orientando-os, por exemplo, no curso de suas atividades, examinando seus resultados, reconhecendo seus méritos, corrigindo seus defeitos e ajudando-os a superar as dificuldades que surgirem, de modo que possam alcançar êxitos e realizar progressos. Por fim, devemos zelar pelas condições materiais de vida dos subordinados. Isso se faz necessário porque, sem uma garantia mínima nesse aspecto, o trabalho certamente será comprometido. No entanto, essa preocupação deve estar alinhada aos seguintes princípios: 1) preservar a gloriosa tradição de luta árdua e vida frugal de nosso exército; 2) respeitar os limites impostos pelas condições materiais existentes; 3) assegurar que nenhuma das nossas medidas prejudique outras unidades ou departamentos. Neste ano, a meta de produção em nossa Região Fronteiriça de Shaanxi-Gansu-Ningxia é alcançar “roupa e alimento em abundância”, o que permitirá elevar, de modo geral, o nível de vida. Sobre essa base, a gestão logística de nossas forças armadas poderá ser conduzida com maior facilidade. Porém, em quaisquer circunstâncias, permanecerão estritamente proibidas em nossas fileiras todas as formas de malversação, corrupção e desperdício.