Carlos Marighella

foto Carlos Marighella
1911-1969
Obras disponíveis

Aos 18 anos iniciou curso de Engenharia na Escola Politécnica da Bahia e tornou-se militante do Partido Comunista. Conheceu a prisão pela primeira vez em 1932, após escrever um poema contendo críticas ao interventor da Bahia. Em 1932 muda-se para o Rio de Janeiro. Em 1o de maio de 1936 Marighella foi novamente preso e enfrentou, durante 23 dias, as terríveis torturas da polícia. Permaneceu encarcerado por um ano sendo solto pela “macedada” – nome da medida que libertou os presos políticos sem condenação. Transferindo-se para São Paulo, Marighella passou a agir em torno de dois eixos: a reorganização dos revolucionários comunistas, duramente atingidos pela repressão, e o combate ao terror imposto pela ditadura de Getúlio Vargas. Voltaria aos cárceres em 1939, sendo mais uma vez torturado de forma brutal na Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS) de São Paulo, mas se negando a fornecer qualquer informação à polícia. Recolhido aos presídios de Fernando de Noronha e Ilha Grande pelo seis anos seguintes, ele dirigiria sua energia revolucionária ao trabalho de educação cultural e política dos companheiros de cadeia. Anistiado em abril de 1945, participou do processo de redemocratização do país e da reorganização do Partido Comunista na legalidade. Foi eleito deputado federal constituinte pelo estado da Bahia. Com o mandato cassado pela repressão que o governo Dutra desencadeou contra o comunistas, Marighella foi obrigado a retornar à clandestinidade em 1948, condição em que permaneceria por mais de duas décadas, até seu assassinato. Nos anos 50, exercendo novamente a militância em São Paulo, tomaria parte ativa nas lutas populares do período, em defesa do monopólio estatal do petróleo e contra o envio de soldados brasileiros à Coréia e a desnacionalização da economia. Cada vez mais, Carlos Marighella voltaria suas reflexões em direção do problema agrário, redigindo, em 1958, o ensaio “Alguns aspectos da renda da terra no Brasil”, o primeiro de uma série de análises teórico-políticas que elaborou até 1969. Após o golpe militar de 1964, Marighella foi novamente preso. Repetindo a postura de altivez das prisões anteriores, Marighella fez de sua defesa um ataque aos crimes e ao obscurantismo que imperava desde 1º de abril. Conseguiu, com isso, catalisar um movimento de solidariedade que forçou os militares a aceitar um habeas-corpus e sua libertação imediata. Desse momento em diante, intensificou o combate à ditadura utilizando todos os meios de luta na tentativa de impedir a consolidação de um regime ilegal e ilegítimo. Na ocasião, Carlos Marighella aprofundou as divergências com o Partido Comunista, criticando seu imobilismo. Em dezembro de 1966, em carta à Comissão Executiva do PCB, requereu seu desligamento da mesma, explicitando a disposição de lutar revolucionariamente junto às massas, em vez de ficar à espera das regras do jogo político e burocrático convencional que, segundo entendia, imperava na liderança. E quando já não havia outra solução, conforme suas próprias palavras, fundou a ALN – Ação Libertadora Nacional para, de armas em punho, enfrentar a ditadura. Na noite de 4 de novembro de 1969, surpreendido por uma emboscada, Carlos Marighella tombou varado pelas balas dos agentes da repressão.

Obras disponíveis
1929 - ago Uma Prova em Versos
1931 - out Balada à Descritiva
1932 - ago Vozes da Mocidade Acadêmica
1939 Liberdade
1939 Rondó da Liberdade
1939 O Urubu
1944 Muralha
1944 Prestes
1945 - jan A Prestes (No dia do seu aniversário)
1945 - jul O que é o nosso Partido?
1946 - jul A Religião, o Estado, a Família
1947 - out Nossa Política — Editorial Problemas n.º 3
1947 - nov Nossa Política — Editorial Problemas n.º 4
1947 - dez Nossa Política — Editorial Problemas n.º 5
1948 - jan Nossa Política — Editorial Problemas n.º 6
1948 - fev Nossa Política — Editorial Problemas n.º 7
1948 - jul Nossa Política — Editorial Problemas n.º 12
1948 - set Nossa Política — Editorial Problemas n.º 13
1948 - out Nossa Política — Editorial Problemas n.º 14
1949 - mar Nossa Política — Editorial Problemas n.º 17
1950 - mai Mais Vigor e Audácia nas Lutas de Massas Pelo 1.° de Maio, Pela Interdição da Bomba Atômica, Pela Paz e a Independência Nacional
1951 Se Fores Preso, Camarada…
1954 - nov O Programa do Partido, As Experiências das Eleições de 3 de Outubro e As Nossas Tarefas para a Campanha Eleitoral de 1955
1955 - ago O Desenvolvimento da Luta pela Paz e o Dever dos Comunistas
1956 - jul Por um Amplo Trabalho de Agitação e Propaganda Entre as Mulheres
1958 - jun Alguns Aspectos da Renda da Terra no Brasil
1965 Por que Resisti à Prisão
1966 - out Luta Interna e Dialética
1966 - dez Carta à Comissão Executiva do Partido Comunista Brasileiro
1967 - out Algumas Questões Sobre as Guerrilhas no Brasil
1967 Entrevista à Rádio Havana (Cuba)
1967 Resposta ao questionário de “Pensamento Crítico” - Havana
1967 - ago Intervenção da Delegação do Brasil à Primeira Conferência da OLAS
1968 - dez Chamamento ao Povo Brasileiro
1968 - dez Questões de Organização
1969 - jun Mini-Manual do Guerrilheiro Urbano
1969 - ago Gravações em Fita da Rádio Libertadora
1969 - out Carta aos revolucionários europeus
1969 - nov O Brasil será um novo Vietnã
A Alegria do Povo
A Guerrilha Rural
Ao Povo Brasileiro
Canto da Terra
Canto para Atabaque
Capoeira
Carta circular ao bancário brasileiro
Carta circular aos homens das classes dominantes
Confraternização
Desmascarando a provocação da carta falsa a Dom Agnelo, cardeal de São Paulo
O País de Uma Nota Só
O Perfume
A Vaga
Textos sobre o autor
Carlos Marighella - 100 Anos de Nascimento
Textos em espanhol
Seção em espanhol do MIA

Seja um Voluntário! Se você deseja colaborar com a construção desta biblioteca, ou deseja iniciar uma nova biblioteca para um autor cujo trabalho contribui de alguma maneira para a compreensão do Marxismo, entre em contato conosco.


Abriu o arquivo: 10/01/2005
Última atualização: 08/06/2023